2 de mai. de 2011

O PAPEL DO EDUCADOR E A UTILIZAÇÃO DO JOGO NA ESCOLA




O papel do educador na educação infantil é de suma importância, pois é ele quem organiza e cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz mediação da construção do conhecimento.

As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra e estimular para o desenvolvimento do ir além, portanto é necessário conhecer a teoria de Vygotsky.

Ao observar uma brincadeira e as inter-relações entre as crianças em sua realização, o educador aprende bastante sobre seus interesse, sendo possível perceber em qual nível de realização elas se encontram, suas possibilidades de interação, sua habilidade para conduzir-se de acordo com as regras do jogo, assim como suas experiências do cotidiano e as regras de comportamento reveladas pelo jogo de faz-de-conta.

É preciso que o professor saiba ser criança, relacionar-se com sua turma, jogar e brincar com as crianças, a fim de conseguir uma educação de qualidade que vá ao encontro das necessidades e interesses delas. 

A escola não é um lugar como outro qualquer, portanto, como uma instituição, deve ter como objetivo possibilitar ao educando a aquisição do conhecimento formal e o desenvolvimento dos processos de pensamento, já que é nela que a criança aprende como se relacionar com o próprio conhecimento, portanto brincar na escola não pode ser visto como em outras ocasiões, pois a vida escolar é regida por algumas normas que regulam as ações das pessoas e as interações entre elas, como também estas normas estão presentes nas atividades das crianças.

É função da escola levar a criança, em qualquer nível de ensino e período de desenvolvimento, a obter informações e experiências  capazes de enriquecer seu repertório, trabalhando com o instrumental  que a criança dispõe em cada etapa de seu desenvolvimento, ou seja, com as formas de intervir e aprender o real e com o imaginário que o ser humano vai adquirindo ao longo da vida

Para isso a escola deve oportunizar um espaço democrático onde a criança possa extravasar suas emoções, crescendo na relação com o outro e consigo mesma.

Nesse espaço, o professor cria oportunidades de aprendizagem por meio de atividades lúdicas, transformando os brinquedos e jogos em recursos pedagógicos, facilitando uma aprendizagem com prazer e desejo.

 
REFERÊNCIAS
KISHIMOTO, Tizuko M.. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação; 6 ed – São Paulo: Cortez, 2002.
MURCIA, Jan Antonio Moreno (org), Aprendizagem através dos jogos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola, 3. ed. - São Paulo: Cortez, 1999. - (Coleção Questões da Nossa Época; v. 48).

A IMPORTÂNCIA DO JOGO NA EDUCAÇÃO


A palavra jugar (do latim iocari) significa fazer algo com espírito de alegria e com a intenção de se divertir ou de se entreter. A palavra jogo provém etimologicamente do vocábulo latino iocus, que significa brincadeira, graça, diversão frivolidade, rapidez, passatempo. O vocábulo ludus-i: o ato de jogar, o prazer da dificuldade gratuita.
O jogo contribui ricamente para o desenvolvimento e para a aprendizagem da criança, principalmente na idade pré-escolar. Através do lúdico no processo educativo aliado ao conhecimento, propicia maior facilidade de gerar autonomia, criatividade e aprendizagem à criança.
Um panorama histórico
Antes da revolução romântica, três concepções estabeleciam as relações entre o jogo infantil e a educação:
● Recreação;
● Uso dos jogos para favorecer o ensino de conteúdos escolares;
● Diagnóstico da personalidade infantil e recurso para ajustar o ensino às necessidades infantis.
O jogo visto como recreação, desde a antiguidade greco-romana, aparece com relaxamento necessário a atividades que exigem esforço físico, intelectual e escolar (Aristóteles, Tomás de Aquino, Sêneca, Sócrates). Por longo tempo, o jogo infantil fica limitado à recreação.
Durante a Idade Média, o jogo foi considerado “não-sério”, por sua associação ao jogo de azar, bastante divulgado na época.
O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e outros, a partir do Renascentismo, o período de “compulsão lúdica”. O Renascentismo vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e do estudo. Ao atender necessidades infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para aprendizagem dos conteúdos escolares.
É dentro dos quadros do Romantismo que o jogo aparece como conduta típica e espontânea da criança. O Romantismo constrói no pensamento da época um novo lugar para a criança e seu jogo, tendo como representantes filósofos e educadores como Jean-Paul Richter, Hoffmann e Fröebel, que consideram o jogo como conduta espontânea e livre instrumento da educação da pequena infância.
Ao surgir, no século XIX, a psicologia da criança recebe forte influência da biologia e se faz transposições dos estudos com animais para o campo infantil. Nesse eixo, emerge a teoria de Groos, que considera o jogo pré-exercício de instintos herdados, uma ponte entre a biologia e a psicologia.
Claparede (1956), procurando conceituar pedagogicamente a brincadeira, recorre à psicologia da criança, embebida de influências da biologia e do romantismo. Para o autor, o jogo infantil desempenha papel importante como o motor do autodesenvolvimento e, em consequência, método natural de educação e instrumento de desenvolvimento. É pela brincadeira e imitação que se dará o desenvolvimento natural como postula a psicologia e pedagogia do escolanovismo. Piaget adota, em parte o referencial escolanovista, ao dar destaque à imitação, que participa dos processos de acomodação, na forma de assimilação.
Visão Piagetiana do jogo
Piaget conceitua que os jogos e as brincadeiras fazem parte da vida da criança, definindo em três tipos de jogos ou brincadeiras:
● Os de movimento - os que envolvem ação, movimento;
● Os com regras - aqueles que envolvem jogos transmitidos de geração a geração, fazem respeitar o grupo e com ele conviver;
● Os simbólicos - nesse, o brinquedo perde seu valor real e passa a ser aquilo que a criança pensa que é.
Visão sócio-histórica de Vygotsky
Na visão sócio-histórica de Vygotsky, a brincadeira, o jogo, é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social.
Segundo Vygotsky, o jogo cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.


REFERÊNCIAS
KISHIMOTO, Tizuko M.. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação; 6 ed – São Paulo: Cortez, 2002.
           
MURCIA, Jan Antonio Moreno (org), Aprendizagem através dos jogos. Porto Alegre: Artmed, 2005.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola, 3. ed. - São Paulo: Cortez, 1999. - (Coleção Questões da Nossa Época; v. 48)